sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ei, Brutus!

"Possuimos 8 armas no corpo, só cabe a nós treina-las".

É proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos sedesencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos sedesencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.



Sobre o(a) autor(a):Neftalí Ricardo Reyes Basualto nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. O nome Pablo Neruda, que só em 1946 se tornou seu nome oficial, foi primeiramente adotado como pseudônimo de escritor.Poesia apresentada no programa 391
Os poemas e os textos lidos em "Provocações” são, às vezes, livre adaptação do original, por Antônio Abujamra ou Gregório Bacic. O formato em que se apresentam escritos aqui é apropriado para a leitura em TV e não o seu formato original.

Ouse

Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!

Sobre o(a) autor(a):Lou Andreas-Salomé (1861-1937) foi uma bela mulher que escandalizou a sociedade e quebrou regras morais. Teve vários amantes. Conheceu Freud, Jung, Nietzsche, entre outros grandes homens.Mulher engajada e sensível, tinha mito de sedutora.

Jorge Luís Borges

O escritor vive. Ninguém é escritor das oito ao meio-dia e das duas às seis. Quem é poeta é poeta sempre, e se vê continuamente assaltado pela poesia. Assim como o pintor é assediado pelas cores e pelas formas, assim como o músico se sente procurado pelo estranho mundo dos sons (o mundo mais estranho das artes), o escritor deve pensar que tudo é argila, com que fará da miserável circunstância de nossa vida alguma coisa que possa aspirar à eternidade.

Goethe

Não devemos jamais imaginar que a razão possa alcançar a popularidade.
Paixões e sentimentos podem se tornar populares,
mas a razão sempre permanece restrita a poucos.

José Luis Borges

"A lua nova.
Ela também a olha
de outra porta".

Minha Tribo Sou Eu

eu não sou cristão
eu não sou ateu
não sou japa não sou chicano
não sou europeu
eu não sou negão
eu não sou judeu
não sou do samba
nem sou do rock
minha tribo sou eu

eu não sou playboy
eu não sou plebeu
não sou hippie hype skinhead
nazi fariseu
a terra se move
falou galileu
não sou maluco
nem sou careta
minha tribo sou eu

ai ai ai ai ai
ié ié ié ié ié
pobre de quem não é cacique
nem nunca vai ser pajé

(Zeca Baleiro)

Vitoriosa

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa...

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza...

Quero toda sua boca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Que a vida pode ser maravilhosa...

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Que a vida pode ser maravilhosa...

(Ivan Lins)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

STUDIO FATIMA TOLEDO

Descrição:
Ao contrário do tradicional, que estuda o personagem, o Método desenvolvido por Fátima desperta a sensibilidade do ator para viver num mundo ilusório e motiva sua imaginação para construir ações reais no universo fictício (filme). “O foco do treinamento é na pessoa em si. O auto-conhecimento proposto resulta em um aumento e melhora do auto-estima, o que também possibilita ao ator ser mais confiante não só no projeto, mas em sua vida. Por isso, é necessário olharmos com delicadeza quem são estas pessoas que trabalhamos (crianças, adolescentes, adultos), para conduzi-las da maneira mais apropriada ao conhecimento de si mesmo, do outro e do universo do filme a ser realizado.” Metodologia do Studio. A verdade de sentimentos, sensações, está dentro de cada um de nós, pois todos possuímos experiências de vida que nos marcam. A metodologia é uma forma eficiente de trazer toda essa verdade à tona, fazendo de pessoas comuns, grandes e competentes atores.
"Tudo que deve ser procurado para viver uma situação em cena encontra-se dentro do próprio ator e, por meio da ação, manifesta-se em diferentes qualidades de movimentos corporais e vocais”. Fátima Toledo.
É necessário despertar a sensibilidade do ator para viver neste mundo ilusório e motivar sua imaginação para construir ações reais. Despertaremos seu desejo de estar em cena, o prazer de buscar, revelar, jogar (quem é mais livre, se conduz melhor). Para isso trabalhamos vivências (Bioenergética, Meditação, Improvisação, Sensibilização), liberando suas resistências e conduzindo o ator a se relacionar com o outro (ver, ouvir, trocar).
Nossa proposta de cinema é focada em emoções reais do ator com suas experiências de vida.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A memória do coração

"Satisfação existe! Mas depende da gratidão", diz dona Francisquinha, minha sábia faxineira, ao me mostrar um caderno meio secreto, cheio de frases bonitas que ela copia das revistas: "A gratidão abre caminho para a abundância. Pode tornar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao passado, paz para o hoje e cria a visão para o amnhã".
"Mas é fácil viver satisfeito?" Perguntei a comadre. " O amor é irmão da gratidão", ela falou. "Quem ama vive agadecido e, assim, fortalece a satisfação. É vice e é versa!" Resolvi abusar e pedi sugestões para atrair mais felicidade para casa. Francisca consentiu e tirou do caderno secreto uma receita especial...

No bolo da gratidão,
O ingrediente é o "coração".
Para a massa ter sustento,
Só entre em casa com bom sentimento.
Nada de reclamar da vida,
Valorize a sua lida!
Quem não sabe agradecer
Precisar aprender.
Conchas da areia, sobre a mesa,
estimulam, na alma, a beleza.
Cultive violetas e humildade.
Com a lavanda, a serenidade.
Ramos de angélica, elevação.
Rosa branca, purificação.
Deixe as pétalas ao luar,
Leve ao forno para secar.
Pingue óleo essencial
Para reforçar o bem, o principal.

O fermento desse bolo é a fé.
Na vida, em Deus, em si até.
Um pensamento de gratidão
É a mais perfeita oração.
Felicidade é aceitar.
O que a vida lhe reservar.
Ficou triste, perdeu a luz?
Reze pela casa fazendo o sinal da cruz.
Um ramo verde atrás da orelha,
na hora da tensão,
Acalma, distrai a mente e
Afasta a confusão.
Esconda no travesseiro,
Sem tempo a perder,
Algo que faça o seu sonho florescer:
Melissa pela auto-estima,
E para ajudar a rima.
Manjericão para expressividade,
Malva pela verdade.
Escreva coisas bonitas e
Ponha junto à cama:
Amor, cura, amizade e
Respeito a quem se ama.
Margarida branca, seca sobre o colchão
Atrai amores felizes e mais
Compreensão.

Asse o bolo da alegria
No fogo do celebrar.
Quanto mais se celebra a vida,
Mas haverá para amar.
Agora vamos comer, faça uma reunião!
Que delícia meu Deus,
Que santa gratidão!
Encha de flores o lugar
Rime cantar com dançar.
Isso merece um sorriso!
A gratidão é o paraiso?
Depois da festa tudo se cala.
Acenda uma vela, agradeça à sua sala.
Dependure as flores, deixe secar.
Depois embale e pode guardar.
Espalhe em casa,
Após uma faxina do mês,
As pétalas amadas, um pouco por vez.
Se alegrando e agradecendo ao bem
Por tudo de bom que você tem!

Com este cuidado profundo,
Você deve olhar o mundo.
Ajude no que for possível,
Supra uma necessidade,
É assim que você encontra mais
Felicidade.


Fiquei pasmo. Será que Francisquinha rezadora rima com escritora?
Deconfio... Comentei esse assunto é perfeito para o momento. Gratidão é o que sinto por quase oito anos de revista! Francisca respondeu: " A revista vai mudar, mas tudo é perfeito aos olhos de Deus. Aceitar isso é viver a gratidão". Abracei a comadre, lembrando que leitor rima com amor, e foi assim que eu aprendi que "gratidão é a memória do coração".

_________

CARLOS SOLANO é arquiteto e escritor,
autor de livros de arquitetura e de feng shui.
(Revista Bons Fluidos - Fevereiro 2009)

CARTAZ PARA UMA FEIRA DO LIVRO

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Mario Quintana (Caderno H)

...

Fere de leve a frase...
E esquece...
NadaConvém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada.
A mesma coisa cem mil vezes dita.

Mario Quintana

Clarice Lipector

"O que te escrevo é um "isto".
Não vai parar: continua.
Olha para mim e me ama.
Não: tu olhas para ti e te amas.
É o que está certo.
O que te escrevo continua
e estou enfeitiçada."

A Lógica De!

Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado.Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.De repente, o gelo quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:- Pode nos dizer como?- É simples: - respondeu o velho.- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

Albert Einstein

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Os 10 mandamentos das Relações Humanas

1 . FALE com as pessoas. Nada há tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de “sorrisos amáveis”.
2. SORRIA para as pessoas. Lembre-se que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir.
3. CHAME as pessoas PELO NOME. A música mais suave para muitos ainda é ouvir o seu próprio nome.
4. SEJA amigo e prestativo. Se você quiser ter amigos seja amigo.
5. SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que você fizer, faça-o com todo o prazer.
6. INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Lembre-se que você sabe o que sabe, porém você não sabe o que outros sabem. Seja sinceramente interessado pelos outros.
7. SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam, sabem encorajar, dar confiança, e elevar os outros.
8. SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lados numa controvérsia: o seu, o do outro, e o lado de quem está certo.
9. PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de um verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.
10. PROCURE apresentar um excelente serviço. O que realmente vale na vida é aquilo que fazemos para os outros.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Minhas máximas...

"A gratidão é o único tesouro dos humildes."

(William Shakespeare)


"Talvez você viva até os cem anos e jamais ouça a minha voz."

[ Frank Sinatra ]

Eu indico...

A CASA DE RUBEM ALVES

http://www.rubemalves.com.br/carpediem.htm

Rubem Alves

"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia".
Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre.
A vida não pode ser economizada para amanhã.
Acontece sempre no presente.

...

"Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes.
Tais momentos são nosso segredo.
Houve o que se chama de comunhão perfeita.
Eu chamo isto, de estado agudo de felicidade".
♥♥(Clarice Lispector)

Eu..

Basta olhar no fundo dos meus olhos
Pra ver que eu já não sou como era antes.

Opiniões

"Não poríamos a mão no fogo pelas nossas opiniões: não temos assim tanta certeza delas.
Mas talvez nos deixemos queimar para podermos ter e mudar as nossas opiniões."

Friedrich Nietzsche

Sonho

"Sonho parece verdade.
Quando a gente esquece de acordar.
E o dia parece metade.
Quando a gente acorda e esquece de levantar.
Ah... e o mundo é perfeito!"

Teatro Mágico - Sonho

Ah! A vida...

Poucas coisas na vida são exatas, mas de uma tenho certeza: ninguém é unanimidade. Ao longo de nossas vidas definimos nosso caráter, nossa personalidade e vivemos de acordo com normas e princípios que consideramos corretos. Entretanto, por mais sensatos que possamos parecer, definitivamente não há como agradar a todos!!

Tempo e Artista

Imagino o artista num anfiteatro
Onde o tempo é a grande estrela
Vejo o tempo obrar a sua arte
Tendo o mesmo artista como tela

Modelando o artista ao seu feitio
O tempo, com seu lápis impreciso
Põe-lhe rugas ao redor da boca
Como contrapesos de um sorriso

Já vestindo a pele do artista
O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta

Dança o tempo sem cessar, montando
O dorso do exausto bailarino
Trêmulo, o ator recita um drama
Que ainda está por ser escrito

No anfiteatro, sob o céu de estrelas
Um concerto eu imagino
Onde, num relance, o tempo alcance a glória
E o artista, o infinito

Chico Buarque

Ela faz cinema

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz

Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração e quando o meu coração
Se inflama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim.

Chico Buarque

A Cidade Ideal

[introdução]
Jumento: Àquela altura da estrada já éramos quatro amigos.
Queríamos fazer um conjunto, bem.
ueríamos ir juntos à cidade, muito bem.
Só que, à medida que agente ía caminhando,quando começamos a falar dessa cidade,
fui percebendo.
que os meus amigos tinham umas idéias bem esquisitas sobre o que é uma cidade.
Umas idéias atrapalhadas,cada ilusão. Negócio de louco...

[música]Cachorro:A cidade ideal dum cachorro
Tem um poste por metro quadrado
Não tem carro, não corro, não morro
E também nunca fico apertado

Galinha:A cidade ideal da galinha
Tem as ruas cheias de minhoca
A barriga fica tão quentinha
Que transforma o milho em pipoca

Crianças:Atenção porque nesta cidade
Corre-se a toda velocidade
E atenção que o negócio está preto
Restaurante assando galeto

Todos:Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças

Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
Fossem somente crianças

Gata:A cidade ideal de uma gata
É um prato de tripa fresquinha
Tem sardinha num bonde de lata
Tem alcatra no final da linha

Jumento:Jumento é velho, velho e sabido
E por isso já está prevenido
A cidade é uma estranha senhora
Que hoje sorri e amanhã te devora

Crianças:Atenção que o jumento é sabido
É melhor ficar bem prevenido
E olha, gata, que a tua pelica
Vai virar uma bela cuíca

Todos:Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças

Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
As senhoras e os senhores
E os guardas e os inspetores
Fossem somente crianças

Chico Buarque

A Foto da Capa

O retrato do artista quando moço
Não é promissora, cândida pintura
É a figura do larápio rastaqüera
Numa foto que não era para capa
Uma pose para câmera tão dura
Cujo foco toda lírica solapa

Era rala a luz naquele calabouço
Do talento a clarabóia se tampara
E o poeta que ele sempre se soubera
Claramente não mirava algum futuro
Via o tira da sinistra que rosnara
E o fotógrafo frontal batendo a chapa

É uma foto que não era para capa
Era a mera contracara, a face obscura
O retrato da paúra quando o cara
Se prepara para dar a cara a tapa


Chico Buarque

A Cidade dos Artistas

Na cidade
Ser artista
É posar sorridente
É ver se de repente
Sai numa revista
É esperar que o orelhão
Complete a ligação
Confirmando a excursão
Que te leva ao Japão
Com o teu pianista
E antes que
O sol desponte
Contemplando
O horizonte
Conceder entrevistas
Aos outros artistas
Debaixo da ponte

Na cidade
Ser artista
É subir na cadeira
Engolindo a peixeira
É empolgar o turista
É beber formicida
É cuspir labareda
É olhar a praça lotando
E o chapéu estufando
De tanta moeda
É cair de joelhos
É dar graças ao céu
Lá se foi o turista
O dinheiro, a peixeira
A cadeira e o chapéu

Ser artista
Na cidade
É comer um fiapo
É vestir um farrapo
É ficar à vontade
É vagar pela noite
É ser um vaga-lume
É catar uma guimba
É tomar uma pinga
É pintar um tapume
É não ser quase nada
É não ter documento
Até que o rapa te pega
Te dobra, te amassa
E te joga lá dentro

Chico Buarque

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A cigarra e a formiga - La Fontaine

La Fontaine (1621-1695)
Tradução de Bocage (1765-1805)

A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
– Amiga – diz a cigarra
– Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de Agosto,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
– No verão, em que lidavas?
– À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra: – Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
– Oh! Bravo! – torna a formiga–
Cantavas?
Pois dança agora!

O Livro das Virtudes
Uma antologia de William J. Bennett, 1995

ATÉ TU, BRUTUS?

...

Oscar Wilde

A moral é apenas a atitude que tomamos para com aqueles de quem não gostamos.

(Oscar Wilde)

A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.

(Oscar Wilde)

No momento em que um artista descobre o que as pessoas querem e procura atender a demanda, ele deixa de ser um artista e torna-se um artesão maçante ou divertido, um negociante honesto ou desonesto. Perde o direito de ser considerado artista.
(Oscar Wilde)
Nenhum grande artista vê as coisas como são na realidade; se o fizesse, deixaria de ser artista.
(Oscar Wilde)

A cigarra e a formiga

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: - Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno. Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou: - Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa. A rainha das formigas falou então para a cigarra: - Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: - Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas

Aprender do vôo das águias

Há uma tradição transcultural que apresenta o comportamento de certos animais ou aves como exemplar para os comportamentos humanos. Nisso vai intuição antiga que a ciência dos comportamentos comprovou: existem em nós traços herdados de animais ou aves, pois, embora diferentes, formamos com eles uma única comunidade de vida.
Observemos como as águias voam. Elas voam de forma toda própria. Usam a própria força apenas para iniciar o vôo. Batem as asas e forcejam para ganhar certa altura. Uma vez alcançada, aproveitam a força dos ventos e se deixam carregar por eles. Possuem um instinto muito apurado para captar correntes de ar e sabem tirar proveito delas. Se há apenas brisa leve, elas flutuam suavemente. Se irrompem ventos fortes, elas usam da força deles para voar bem alto e deslocar-se com grande velocidade. Apenas manejando à esquerda e à direita suas enormes asas que podem chegar a mais de dois metros de diâmetro.
Bem diferentes são as galinhas. Quando estão excitadas ou se põem a correr, batem muito as asas, fazem grande barulho mas voam apenas alguns metros.
Apliquemos a sabedoria das águias aos nossos comportamentos. Nós não sabemos entrar em sintonia com a natureza. De saida, rompemos com ela em nosso afã de dominá-la com violência e colocá-la a nosso serviço. Não nos harmonizamos com seus ritmos. Ao contrário, ela tem que obedecer aos ritmos que lhe impomos. Este paradigma está na base de nossa civilização hoje globalizada. Trouxe-nos incontáveis benefícios, mas nos exilou da Terra e nos fez inimigos da natureza. Este projeto de dominação, entretanto, sem limites internos, pode tornar-se altamente perigoso. Ele tem depredado a infra-estrutura da vida a ponto de pôr em risco o futuro da biosfera e da espécie humana.
Por isso, mais e mais pessoas hoje procuram uma nova aliança com a natureza. Assim nasceu a agroecologia que implica produzir interagindo respeitosamente com ela. É ilusório um crescimento econômico à la agronegócio que mata e desmata. Importa conhecer os ritmos da floresta amazônica e utilizar tecnologias adequadas a esses ritmos. Só assim se preserva a natureza e se colabora com ela para que continue a nos dar seus bons frutos. Dito de outro modo: importa moderar a lógica de nossa vontade e fazê-la combinar-se com a lógica objetiva da natureza, a exemplo da águia em seu vôo.
Nosso comportamento é construtivo quando nasce do equilíbrio entre o nosso desejo e o desejo inscrito na natureza. Sábia é a pessoa que capta as duas lógicas, a das coisas e a do eu, se harmoniza com elas e as faz convergir. Imatura é a pessoa e atabalhoado é seu comportamento quando só escuta o próprio eu e a toda hora diz: "eu sei, eu quero, eu decido, eu faço" não escutando a voz da natureza como se ela nem existisse. A tradição do Tao ensina que a pessoa só se sente plena e realizada quando sua obra imita o vôo das águias: trabalha junto com a natureza e jamais contra ela. Caso contrário, sempre há uma réstea de vazio e um sabor amargo de implenitude.
Precisamos desinflar o eu e enraizá-lo na natureza. O eu e a natureza formam um todo dinâmico sempre em busca de um difícil equilíbrio. Ambos, cada qual com sua singularidade, devem permanentemente atuar juntos como garantia de uma vida equilibrada e discretamente feliz.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O tamagochi e o cuidado

Leonardo BoffSaber Cuidar.
Ética do Humano – Compaixão pela TerraPetrópolis, Ed. Vozes, 1999
Excertos adaptados

A sociedade contemporânea, chamada sociedade do conhecimento e da comunicação, está cada vez mais a criar, contraditoriamente, incomunicação e solidão entre as pessoas. A Internet pode conectar-nos com milhões de pessoas sem precisarmos de encontrar alguém. Pode-se comprar, pagar as contas, trabalhar, pedir comida, assistir a um filme, sem se falar com ninguém. Para viajar, conhecer países, visitar pinacotecas, não precisamos de sair de casa. Tudo vem a nossa casa via on line.
A relação com a realidade concreta, com os seus cheiros, cores, frios, calores, pesos, resistências e contradições, é mediada pela imagem virtual, que é somente imagem. O pé já não sente o macio da relva verde. A mão já não pega num punhado de terra escura. O mundo virtual criou um novo habitat para o ser humano, caracterizado pelo encapsulamento sobre si mesmo e pela falta do toque, do tacto e do contacto humano.
Essa anti-realidade afecta a vida humana naquilo que ela possui de mais fundamental: o cuidado e a compaixão. Mitos antigos e pensadores contemporâneos dos mais profundos ensinam-nos que a essência humana não se encontra tanto na inteligência, na liberdade ou na criatividade, mas basicamente no cuidado. O cuidado é, na verdade, o suporte real da criatividade, da liberdade e da inteligência. No cuidado encontra-se o ethos fundamental do humano. Quer dizer, no cuidado identificamos os princípios, os valores e as atitudes que fazem da vida um bem-viver e das acções um recto agir.
O tipo de sociedade do conhecimento e da comunicação que temos desenvolvido nas últimas décadas ameaça a essência humana. Porventura, não ignorou ela as pessoas concretas com as feições dos seus rostos, com o desenho das suas mãos, com a irradiação da sua presença, com as suas biografias marcadas por buscas, lutas, perplexidades, fracassos e conquistas? Não colocou sob suspeita e até difamou como obstáculo ao conhecimento objectivo, o cuidado, a sensibilidade e o enternecimento, realidades tão necessárias, sem as quais ninguém vive e sobrevive com sentido? Na medida em que avança tecnologicamente na produção e serviço de bens materiais, será que não produz mais empobrecidos e excluídos, quase dois terços da humanidade, condenados a morrer antes do tempo?
A nossa meditação procura denunciar semelhante desvio. Ousamos apresentar caminhos de cura e de resgate da essência humana, que passam todos pelo cuidado.
Alimentamos a profunda convicção de que o cuidado, pelo facto de ser essencial, não pode ser suprimido nem ignorado. Ele vinga-se e irrompe sempre por algumas brechas da vida. Se assim não fosse, repetimos, não seria essencial. Onde é que o cuidado aparece na nossa sociedade? Em algo de muito vulgar, de quase ridículo, mas extremamente indicativo: no tamagochi.
O que é o tamagochi ? É uma invenção japonesa dos inícios de 1997. Um porta-chaves electrónico, com três botões abaixo do écran de cristal, que alberga dentro de si um bichinho de estimação virtual. O bichinho tem fome, come, dorme, cresce, brinca, chora, fica doente e pode morrer. Tudo depende do cuidado que recebe ou não do seu dono ou dona. O tamagochi dá muito trabalho. Como uma criança, a todo momento deve ser objecto de cuidado; caso contrário, reclama com o seu bip; se não for atendido, corre risco. E quem é tão sem coração a ponto de deixar um bichinho de estimação morrer? O brinquedo transformou-se numa mania e tem mudado a rotina de muitas crianças, jovens e adultos, que se empenham em cuidar do tamagochi, dar-lhe de comer, deixá-lo descansar e fazê-lo dormir. O cuidado faz até o milagre de o ressuscitar, caso tenha morrido por falta de atenção e de cuidado.
Bem disse um perspicaz cronista carioca: “Solidão, o seu cognome é tamagochi“. O cuidado pelo bichinho de estimação virtual denuncia a solidão em que vive o homem/a mulher da sociedade da comunicação nascente. Mas anuncia também que, apesar da desumanização de grande parte da nossa cultura, a essência humana não se perdeu. Ela está aí na forma do cuidado, transferido para um aparelho electrónico, em vez de ser investido nas pessoas concretas à nossa volta: na avó doente, num colega de escola deficiente físico, num menino ou menina da rua, no velhinho que vende o pão matinal, nos pobres e marginalizados das nossas cidades ou até mesmo num bichinho vivo de estimação, seja um hamster, um papagaio, um gato ou um cachorro.
O cuidado serve de crítica à nossa civilização agonizante e também de princípio inspirador de um novo paradigma de convivialidade. É o que vamos propor no presente livro.
Sonhamos com um mundo ainda por vir, onde não vamos precisar mais de aparelhos electrónicos com seres virtuais para superar a nossa solidão e realizar a nossa essência humana de cuidado e de gentileza. Sonhamos com uma sociedade mundializada, na grande casa comum, a Terra, onde os valores estruturantes se construirão em redor do cuidado com as pessoas, sobretudo com os culturalmente diferentes, com os penalizados pela natureza ou pela história. Cuidado com os espoliados e excluídos, as crianças, os velhos, os moribundos, cuidado com a nossa grande e generosa Mãe, a Terra. Sonhamos com o cuidado assumido como o ethos fundamental humano e como compaixão imprescindível para com todos os seres da criação.
Por toda a parte surgem sintomas que sinalizam grandes devastações no planeta Terra e na humanidade. O projecto de crescimento material ilimitado, mundialmente integrado, sacrifica 2/3 da humanidade, extenua recursos da Terra e compromete o futuro das gerações vindouras. Encontramo-nos no limiar de bifurcações fenomenais. Qual é o limite de suportabilidade do super-organismo Terra? Estamos a rumar na direcção de uma civilização do caos?
Na sua biografia, a terra conheceu cataclismos inimagináveis mas sempre sobreviveu. Sempre salvaguardou o princípio da vida e da sua diversidade. Supomos que agora não será diferente. Há hipóteses de salvação. Mas, para isso, devemos percorrer um longo caminho de conversão dos nossos hábitos quotidianos e políticos, privados e públicos, culturais e espirituais. A degradação crescente da nossa casa comum, a Terra, denuncia a nossa crise de adolescência. Importa que entremos na idade madura e mostremos sinais de sabedoria. Sem isso, não garantiremos um futuro promissor.
Formalizando a questão, podemos dizer: mais do que o fim do mundo, estamos a assistir ao fim de um tipo de mundo. Enfrentamos uma crise civilizacional generalizada. Precisamos de um novo paradigma de convivência que funde uma relação mais benfazeja para com a Terra e inaugure um novo pacto social entre os povos, no sentido do respeito e da preservação de tudo o que existe e vive. Só a partir desta mutação, faz sentido pensarmos em alternativas que representem uma nova esperança.

A menina dos fósforos

Estava tanto frio! A neve não parava de cair e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de Dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no meio do frio intenso e da escuridão, uma pobre rapariguinha seguia pela rua fora, com a cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair de casa trazia um par de chinelos, mas não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que já tinham pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua a correr para fugir de um trem. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.
Por isso, a rapariguinha seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a toda a gente que passava, apregoando: — Quem compra fósforos bons e baratos? — Mas o dia tinha-lhe corrido mal. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre rapariguinha! Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos seus cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo. Nisso, sim, é que ela pensava.
Sentou-se no chão e encolheu-se no canto de um portal. Sentia cada vez mais frio, mas não tinha coragem de voltar para casa, porque não vendera um único maço de fósforos, e não podia apresentar nem uma moeda, e o pai era capaz de lhe bater. E afinal, em casa também não havia calor. A família morava numa água-furtada, e o vento metia-se pelos buracos das telhas, apesar de terem tapado com farrapos e palha as fendas maiores. Tinha as mãos quase paralisadas com o frio. Ah, como o calorzinho de um fósforo aceso lhe faria bem! Se ela tirasse um, um só, do maço, e o acendesse na parede para aquecer os dedos! Pegou num fósforo e: Fcht!, a chama espirrou e o fósforo começou a arder! Parecia a chama quente e viva de uma candeia, quando a menina a tapou com a mão. Mas, que luz era aquela? A menina julgou que estava sentada em frente de um fogão de sala cheio de ferros rendilhados, com um guarda-fogo de cobre reluzente. O lume ardia com uma chama tão intensa, e dava um calor tão bom! Mas, o que se passava? A menina estendia já os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e o fogão desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.
Riscou outro fósforo, que se acendeu e brilhou, e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente como tule. E a rapariguinha viu o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, resplandecente de loiças finas, e mesmo no meio da mesa havia um ganso assado, com recheio de ameixas e puré de batata, que fumegava, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, que surpresa e que alegria! De repente, o ganso saltou da travessa e rolou para o chão, com o garfo e a faca espetados nas costas, até junto da rapariguinha. O fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.
E acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se encontrou ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de Natal. Era ainda maior e mais rica do que outra que tinha visto no último Natal, através da porta envidraçada, em casa de um rico comerciante. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes, e figuras de todas as cores, como as que enfeitam as montras das lojas, pareciam sorrir para ela. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas de Natal começaram a subir, a subir, e ela percebeu então que eram apenas as estrelas a brilhar no céu. Uma estrela maior do que as outras desceu em direcção à terra, deixando atrás de si um comprido rasto de luz.
«Foi alguém que morreu», pensou para consigo a menina; porque a avó, a única pessoa que tinha sido boa para ela, mas que já não era viva, dizia-lhe muita vez: «Quando vires uma estrela cadente, é uma alma que vai a caminho do céu.»
Esfregou ainda mais outro fósforo na parede: fez-se uma grande luz, e no meio apareceu a avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!
— Avó! — gritou a menina — leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás aqui. Vais desaparecer como o fogão de sala, como o ganso assado, e como a árvore de Natal, tão linda.
Riscou imediatamente o punhado de fósforos que restava daquele maço, porque queria que a avó continuasse junto dela, e os fósforos espalharam em redor uma luz tão brilhante como se fosse dia. Nunca a avó lhe parecera tão alta nem tão bonita. Tomou a neta nos braços e, soltando os pés da terra, no meio daquele resplendor, voaram ambas tão alto, tão alto, que já não podiam sentir frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham chegado ao reino de Deus.
Mas ali, naquele canto, junto do portal, quando rompeu a manhã gelada, estava caída uma rapariguinha, com as faces roxas, um sorriso nos lábios… mor ta de frio, na última noite do ano. O dia de Ano Novo nasceu, indiferente ao pequenino cadáver, que ainda tinha no regaço um punhado de fósforos. — Coitadinha, parece que tentou aquecer-se! — exclamou alguém. Mas nunca ninguém soube quantas coisas lindas a menina viu à luz dos fósforos, nem o brilho com que entrou, na companhia da avó, no Ano Novo.

Hans Christian AndersenOs melhores contos de AndersenEditora Verbo, s/d
Adaptação

A Criança no Sótão

Katherine Paterson
The Invisible ChildNew York, Dutton Children’s Books, 2001
Excertos

Vou chamar-lhe Walter, embora esse não seja o seu verdadeiro nome. Walter era uma criança esperta que não se empenhava muito nos estudos. Um dia, a sua vida mudou radicalmente. O pai abandonou-o e aos irmãos, deixando a mãe com três rapazes para cuidar.
Como o Estado não fornecia qualquer tipo de apoio a mães trabalhadoras, a mãe de Walter trabalhava em vários lados a fim de assegurar o sustento dos filhos. À medida que as férias grandes se aproximavam, começou a preocupar-se com os perigos a que os filhos estariam sujeitos ao vaguear pelas ruas enquanto ela trabalhava.
Walter foi trabalhar numa quinta, onde deparou com um patrão severo. Frequentemente castigado, o seu local de expiação era um velho sótão. Nesse sótão, Walter encontrou vários livros velhos que o dono da quinta também lá tinha exilado: Dickens, Austen, Twain e Stevenson tornam-se companhias permanentes e desejadas. Walter fazia com que o patrão o castigasse frequentemente, de forma a poder estar com os seus livros adorados.
Há algo de tão evocativo na imagem da criança só, incompreendida, desprezada, que vários escritores de ficção resolveram fazer dela personagens suas. Talvez a mais conhecida seja Sara Crewe, de Frances Hogdson Burnett, no livro A Little Princess. Embora muitas das realidades que Burnett descreve sejam reprováveis – a fortuna de Sara provém de minas onde gente miserável é obrigada a trabalhar em condições degradantes e Becky é salva no fim para se tornar, não numa amiga de Sara, mas na sua criada pessoal – há, contudo, uma ideia que importa reter no livro. Quando Sara é enviada para o sótão por Miss Minchin, a directora da escola onde ela estudava, por já não ser herdeira de uma grande fortuna, Sara tira partido da sua imaginação fértil e constrói um mundo onde imagina ser uma princesa prisioneira de uma tirana, o que a vai ajudar a lidar com as vicissitudes a que está sujeita.
Um livro pode ajudar uma criança a auto-valorizar-se e isso é o início de um processo de crescimento da alma. Por isso, sou contra a ideia de personagens modelo, nas quais a criança não se reconhece. Há muitas crianças entre nós que estão fechadas em sótãos que as aterrorizam. Os livros podem ser a chave que abre essas portas fechadas.
Regressemos agora à história de Walter. Quando voltou para a cidade, Walter não se tornou um aluno mais diligente. Contudo, levou consigo uma avidez de leitura que fez com que se candidatasse à universidade e acabasse por se licenciar em Harvard.
Regressemos agora à história de Walter. Quando voltou para a cidade, Walter não se tornou um aluno mais diligente. Contudo, levou consigo uma avidez de leitura que fez com que se candidatasse à universidade e acabasse por se licenciar em Harvard.
Suponhamos que não havia livros no sótão para o qual Walter foi enviado. Se coloco esta hipótese é porque, hoje em dia, há muitas crianças cujas vidas são difíceis, cujos espíritos estão sedentos, que estão isoladas, com medo e que não têm livros. Muitas pessoas do sector do governo e da educação acha que se lhes proporcionarem uma ligação à Internet contribuirão para aliviar as suas múltiplas fomes.
Mas, quando os jovens se comportam agressivamente na escola e são expulsos, isso só os conduz a um isolamento maior. Justamente quando estão mais vulneráveis e isolados, vão para uma casa, tantas vezes vazia, passar o tempo a ver jogos de vídeo violentos ou a navegar na Internet. Com quem é que eles estabelecem relações? As mais das vezes fazem-no com indivíduos que têm uma auto-estima tão baixa quanto a deles e que, assim, ajudam a perpetuar todos os seus receios e ódios.
O acesso à Internet não é a solução para estas “crianças no sótão” e nem sequer os bons livros são já suficientes. Do que eles precisam é de vós, professores, adultos dedicados e atentos. Para mim, a coisa mais importante do mundo é que o verbo se torne carne. Posso escrever histórias para crianças e oferecer-lhes palavras, mas os professores são a palavra encarnada dentro da sala de aula. Ao preocuparem-se com elas e ao mostrar-lhes essa preocupação, os professores partilham com elas o que eu também quero partilhar quando escrevo.
Quero dizer a cada criança no sótão que se sente só, triste, zangada e com medo, que não está sozinha nem é desprezível. É um ser único e tem um valor infinito no seio da família humana que todos formamos. Posso dizer isto através de uma história, mas os professores dizem-no através da sua própria presença.

Uma estrela!

Se o vaga-lume aprendesse a ficar quietinho.
Aceso, satisfeito e amoroso.
Durante a escuridão das noites.
Não haveria quem não pensasse que era uma estrela...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Vamos todos falar de idéias...

"PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS
PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS
PESSOAS MESQUINHAS FALAM SOBRE PESSOAS !"

Em paz!

''Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.''

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu...

Ocupo a minha cabeça com algo chamado inteligência.
E meu coração com algo chamado sensibilidade.
Vejo almas!
Gosto de gente!
Quero bondade!
Amo a generosidade!
Pouco me importa se os meus valores são over...
Confesso que a maldade ainda me assusta!

(Sandra Brito)

(Amo escrever e odeio publicar... Neste blog arquivo um pouco do que leio, do que penso ser interessante... Mas hoje abrir um parentese)

Aí!

É claro que a vida é boa (…)
E tenho tudo para ser feliz.
Mas acontece que eu sou triste…

Vinicius de Moraes

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sartre

"Morro aos poucos em todos aqueles que gostam de mim."
Jean-Paul Sartre

"Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro."
Jean-Paul Sartre

"És livre, escolhe, ou seja: inventa."
Jean-Paul Sartre

"Quem é autêntico, assume a responsabilidade por ser o que é e se reconhece livre de ser o que é."
Jean-Paul Sartre

"A pior coisa do mal é nos acostumarmos a ele."
Jean-Paul Sartre

"Não há necessidade de fogo, o inferno são os outros."
Jean-Paul Sartre

Estudando Filosofia...

Só conhece realmente uma pessoa quem a ama sem esperança.

Walter Benjamin

Uma das principais tarefas da arte sempre foi criar um interesse que ainda não conseguiu satisfazer totalmente.

Walter Benjamin

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

...

Suplico-vos que não compreis só canhões, gastai também em quadros algum dinheiro.

(Brecht)

[Valeu]

Se não houver frutos,
valeu a beleza das flores;
se não houver flores,
valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas,
valeu a intenção da semente."

Henfil

ELEGÂNCIA

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.É elegante não ficar espaçoso demais.É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.É elegante retribuir carinho e solidariedade.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...Abrir a porta para alguém? É muito elegante.Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...Oferecer ajuda? Muito elegante.Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

Toulouse Lautrec

O Menino Azul

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios, das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses, pode escrever
para a Ruas das Casas,Número das Portas,ao Menino Azul que não sabe ler.)

Cecília Meireles

LENHADOR

Existiu um Lenhador que acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite. Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.Os vizinhos do Lenhador alertavam que a Raposa era um bicho, um animal selvagem; e portando, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O Lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: - "Lenhador abra os olhos! A Raposa vai comer seu filho." - "Quando sentir fome, comerá seu filho!" Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa viu a Raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada...O Lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa... Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta... O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos. Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar...
Autor desconhecido

Não acredite!

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.
Buda

A lista

Faça uma lista de grandes amigos,quem você mais via há dez anos atrás...
Quantos você ainda vê todo dia ?
Quantos você já não encontra mais?
Faça uma lista dos sonhos que tinha...
Quantos você desistiu de sonhar?
Quantos amores jurados pra sempre...
Quantos você conseguiu preservar?
Onde você ainda se reconhece,na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?Q
uantos amigos você jogou fora...
Quantos mistérios que você sondava,quantos você conseguiu entender?
Quantos defeitos sanados com o tempo,era o melhor que havia em você?
Quantas mentiras você condenava,quantas você teve que cometer ?
Quantas canções que você não cantava,hoje assobia pra sobreviver ...
Quantos segredos que você guardava,hoje são bobos ninguém quer saber ...
Quantas pessoas que você amava,hoje acredita que amam você?

Oswaldo Montenegro

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

As três peneiras

Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo.
Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras?
- Sim. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade.
Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?
Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta e, arremata Sócrates:
-Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas do planeta.
Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Fecho meus olhos para ver."(Paul Gauguin)

"O corpo atinge a perfeição aos 35 anos, a alma, aos 50."(Aristóteles)

"O amor é o perfume das almas."(Dom Hélder Câmara)

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."(Clarice Lispector)

"A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte."(Mahatma Gandhi)

"A cor é a música dos olhos"(Johan Wolfgang Von Goethe)

"A inspiração existe, porém tem que encontrar-se trabalhando."(Pablo Picasso)

"Um grande artista é um grande homem numa grande criança."(Victor Hugo)

"Para existir grandes poetas, devem existir grandes espectadores também."(Walt Whitman)

"Sempre é mais valioso ter o respeito, que a admiração das pessoas."(Jean-Jacques Rousseau)

"Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei!"(Pablo Picasso)

"O pudor dá às mulheres um encanto irresistível. "(Anatole France)

"Para mim, a mulher não é para exibir, é para dar atenção e para amar."(Ayrton Senna)

"Quase sempre as mulheres fingem desprezar o que mais vivamente desejam."(William Shakespeare)

"Tudo o que se pensa ou é afeto ou aversão."(Robert Musil)

"Somos aquilo que fizemos repetidamente."(Aristóteles)

"Só podemos dar aquilo que temos em nós mesmos. "(Wayne Dyer)

"Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens."(Albert Einstein)

"Faça o que puder, com o que tiver, onde estiver. "(Theodore Roosevelt)

Artistas...

"Todo o grande artista amolda a arte à sua imagem."(Victor Hugo)

"Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer."(Pablo Picasso)

"Os grandes artistas não têm pátria."(Alfred Musset)

"No momento em que um artista descobre o que as pessoas querem e procura atender a demanda, ele deixa de ser um artista e torna-se um artesão maçante ou divertido, um negociante honesto ou desonesto. Perde o direito de ser considerado artista. "(Oscar Wilde)


"Ninguém devia barganhar com um artista. "(Beethoven)

Sempre Shakespeare!

Ó beleza! Onde está tua verdade?
(Shakespeare - Tróilo e Cressida)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Aí!

"Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar, e nos afirmar não somente enquanto identidades, mas enquanto força criativa"!.

Michael Foucault

Estudando sempre Foucault!

"O que me surpreende é o fato de que, em nossa sociedade, a arte se tenha transformado em algo relacionado apenas a objetos e não a indivíduos ou à vida; que a arte seja algo especializado ou feito por especialistas que são artistas. Entretanto, não podemria a vida de todos se transformar numa obra de arte? Por que deveria uma lâmpada ou uma casa ser um objeto de arte, e não a nossa vida?"

P.S: Como meus pés sempre fixos na Filosofia! Sandra Brito

Oração Gestalt

Eu faço minhas coisas, e você faz as suas.
Eu não estou neste mundo para viver as suas expectativas.
E você não está neste mundo para viver as minhas.
Você é você, e eu sou eu.
E, se por acaso, nós nos encontrarmos, será ótimo.
Se não, nada se pode fazer.

Frederick Perls